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Editor-chefe Dr. Ezzat Al-Jamal – Especialista em assuntos estratégicos e relações internacionais escreve: Saara Ocidental em um ponto histórico: autonomia sob soberania marroquina abre uma nova página após meio século de conflito

Após cinco décadas de conflito que prejudicaram a estabilidade e o desenvolvimento no Norte da África, a recente decisão do Conselho de Segurança da ONU representa uma verdadeira virada na questão do Saara Ocidental. A resolução, adotada com o apoio dos Estados Unidos, apoia a autonomia sob soberania marroquina, oferecendo uma oportunidade histórica para encerrar o mais longo conflito regional da região.
Este passo não é apenas uma formulação política, mas uma declaração mundial de que a solução realista e sustentável deve basear-se no consenso, diálogo e soberania nacional, com acompanhamento internacional atento por parte das grandes potências e da mídia árabe e internacional.

Posição do Marrocos: oportunidade para diálogo e construção de confiança
O Rei Mohammed VI recebeu a resolução da ONU com amplo entusiasmo, afirmando que constitui uma nova base para a aproximação dos países da região e convocando a um diálogo sincero e construtivo com a Argélia para superar divergências e abrir uma nova página de relações baseadas na fraternidade, cooperação e estabilidade.
Em sua mensagem, declarou: “Todos os marroquinos são iguais, quer vivam nos campos de Tindouf ou dentro do país”, destacando que a unidade nacional é firme e não negociável.

Posição da Argélia e do Polisário: rejeição e manobra política
Em contrapartida, a Argélia expressou fortes reservas quanto à resolução, considerando-a tendenciosa a favor do Marrocos. O presidente argelino Abdelmadjid Tebboune insistiu que o “direito à autodeterminação” deve ser o princípio sobre o qual qualquer solução é construída, criticando a proposta americana ao dizer: “A terra não é sua para impor autonomia”.
Quanto à Frente Polisário, seu líder Brahim Ghali declarou que “não participará de qualquer negociação desse tipo”, considerando a decisão como uma tentativa de legitimar o status quo.

Polêmica sobre a posição americana e declarações do conselheiro presidencial
As declarações de Masoud Polis, conselheiro do atual presidente americano Donald Trump para o Oriente Médio e África, causaram polêmica. Ele afirmou que “a autonomia não é mais o único quadro para resolver a questão do Saara” e confirmou o “direito à autodeterminação”, o que a Argélia interpretou como apoio à sua posição, enquanto Washington optou por não comentar oficialmente para evitar escalada diplomática.

Posições internacionais sobre a resolução
A resolução da ONU foi bem recebida por vários países ocidentais e árabes, vendo nela um avanço concreto para uma resolução final do conflito, incluindo França e Espanha, que expressaram total apoio ao projeto de autonomia sob soberania marroquina, considerando-o uma solução realista e equilibrada.
Em contrapartida, Rússia e China adotaram uma posição cautelosa, pedindo a continuação do diálogo direto entre as partes sob a égide da ONU, enquanto a União Africana expressou esperança de que a resolução sirva de base para a estabilidade regional e cooperação na África do Norte e Ocidental.

Conteúdo da autonomia no Saara
O projeto de autonomia, em que se baseia a decisão do Conselho de Segurança, prevê a transferência de algumas competências executivas, legislativas e judiciais para a entidade autônoma do Saara, permitindo que os habitantes administrem seus assuntos de forma democrática, mantendo o Estado central a soberania nas áreas de defesa, relações exteriores, religião e moeda nacional.
O parlamento regional será composto por membros eleitos entre as diferentes tribos saharauis e outros eleitos por sufrágio universal, e o presidente do governo regional administrará os assuntos do território após ser nomeado pelo Rei.
A autonomia será responsável pela gestão de recursos locais, desenvolvimento econômico, infraestrutura, educação e serviços sociais, garantindo justiça e participação efetiva da população na tomada de decisões.
Nesse contexto, o Rei Mohammed VI afirmou que “o Marrocos detalhará imediatamente a iniciativa de autonomia e a apresentará à ONU para que constitua a base realista e prática de qualquer solução duradoura para o conflito”, enfatizando que a soberania marroquina sobre o Saara é inegociável.

O novo percurso aberto pela decisão do Conselho de Segurança parece devolver a esperança de encerrar o mais longo conflito regional na África do Norte, depois que a diplomacia marroquina, durante mais de 25 anos, consolidou sua convicção por uma solução realista em vez de slogans.
É uma fase crucial na história do Marrocos e da região, onde a voz da razão se cruza com o diálogo, e a vontade dos povos prevalece sobre a lógica dos antigos conflitos.


Por fim, é essencial destacar que a mídia árabe e africana tem grande responsabilidade na conscientização e promoção de soluções pacíficas, longe da ideologia e divisões, e que a voz da sabedoria permanecerá a mais forte quando o objetivo for a estabilidade dos povos, unidade territorial e dignidade humana.

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