
Num cenário que reflete a fragilidade extrema das alianças internacionais, a Europa encontra-se hoje à beira de um confronto aberto com a Rússia, enquanto os Estados Unidos – ou melhor, a administração Trump – agem como testemunha silenciosa no funeral de um aliado.
Enquanto o urso russo avança firmemente para o Báltico, o “coelho enganador” da Casa Branca declara: “Estamos em busca da paz!”
Que paz é essa? A paz onde os aliados são vendidos e os negócios são fechados com gás, minerais e o destino de povos inteiros?

O plano russo: do Báltico ao Ártico – e o Ocidente adormecido
O Kremlin não esconde suas intenções, executando um plano triplo:
- Controle dos Estados Bálticos – Estônia, Letônia e Lituânia, para dominar a costa oriental do Mar Báltico e isolar a Europa.
- Ocupar a ilha sueca de Gotland – quem controla Gotland, controla as chaves do Báltico.
- A grande guerra no Ártico – onde jazem minerais e riquezas sob o gelo. A Rússia avança, o Ocidente observa, e os EUA barganham.
O envio de mísseis Iskander à fronteira polonesa e os movimentos no corredor de Suwałki não são ensaios, mas execução.
O “acordo do século”… mas entre Putin e Trump
Para Trump, a Ucrânia é apenas uma carta de negociação.
Os países bálticos? Simples peças de pressão.
Relatórios falam de um “acordo não declarado” entre Washington e Moscou:
- A Rússia leva o que quer da Ucrânia e do Báltico.
- Os EUA obtêm tranquilidade no Oriente Médio em favor de Israel.
Desde quando os EUA estariam dispostos a vender a Europa tão facilmente?
Desde que o “coelho enganador” entrou na Casa Branca, tudo é possível!
Estados Bálticos: sentimento de traição
Estônia, Letônia e Lituânia – sempre fiéis à OTAN – despertam para uma dura realidade: ausência em reuniões internacionais, retirada de tropas americanas e suspensão de programas de ajuda militar.
Tudo isso enquanto a Rússia aumenta a pressão sobre a Polônia e Trump fala em “entendimentos de paz”.
Na imprensa local, a palavra que se repete é: “Fomos traídos!”

Corredor de Zangezur: novo foco de fogo na Ásia
No coração da Ásia, outro conflito ferve.
O corredor de Zangezur, entre a Armênia e o Azerbaijão, ameaça deflagrar uma guerra envolvendo Turquia e Irã.
Ancara quer abrir o elo geográfico com o Azerbaijão, enquanto Teerã vê isso como ameaça estratégica.
Washington observa em silêncio, calculando vantagens e mantendo Israel como beneficiário do caos.
A verdadeira batalha: o Ártico
Enquanto os olhos se fixam em Kiev e os soldados cercam o Báltico, Putin planeja a batalha final no norte.
O Ártico tornou-se o portal para as riquezas do século XXI: minerais raros, petróleo, gás e rotas marítimas estratégicas.
A Rússia se move, a China observa, e os EUA parecem focados em retirar a Europa do jogo.
Trump… a neutralidade falsa
As declarações de Trump soam pacíficas, mas escondem cálculos comerciais:
– Apoio condicional à Ucrânia.
– Retirada repentina do Báltico.
– Igualar agressor e vítima.
Enquanto sorri para as câmeras, ele vende alianças em um único pacote – certamente não a favor de Kiev ou Vilnius.
Povos: o verdadeiro combustível do jogo
Quem paga o preço não é Putin nem Trump:
– O soldado ucraniano enterrado sem nome.
– O cidadão estoniano que sente a traição americana.
– O refugiado que deixa a Europa rumo ao desconhecido.
– A mãe síria ou libanesa que vê Israel lucrar com uma guerra que não trava.
No fim, os povos viram números em balanços de poder.

Ocidente: guardião da democracia ou cúmplice do crime?
O Ocidente fala de valores e direitos, mas a verdade é amarga:
– Quem se calou diante da anexação da Crimeia? O Ocidente.
– Quem assistiu à destruição da Síria? O Ocidente.
– Quem hoje iguala Putin e Zelensky? Trump.
A democracia que não defende os seus não é democracia, é mercadoria.
Conclusão: não é só a guerra da Rússia… é a guerra dos princípios
O que vemos é um teste global – não de quem tem mais mísseis, mas de quem tem mais coragem e valores.
Quem vende seu aliado hoje, venderá seu povo amanhã.
Quem abandona a Europa em nome de “acordos” trairá o mundo em nome da “estabilidade”.
Não acredite em quem clama por “paz”, pois a paz comprada com sangue é apenas um intervalo antes da próxima explosão.
✍️ Dr. Ezzat El Jamal
Analista político – Especialista em assuntos internacionais



