O editor-chefe Dr. Ezzat El Jamal escreve: Montar o camelo no deserto com o judeu sionista: a audácia de Israel sacode a nação árabe

Hoje, não é mais segredo que o que se chama de “Israel” não é um Estado buscando a paz, mas uma entidade sionista que sobrevive do sangue dos árabes e da destruição das suas terras. Desde sua fundação, o Oriente Médio só conheceu guerras, massacres e chantagens. Cada vez que os árabes se aproximavam da esperança, um líder da ocupação os forçava a encarar a dura realidade: Israel é um inimigo, não um parceiro de paz.

Smotrich… audácia ao vivo
Em uma das cenas mais recentes de racismo sionista, o extremista ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, zombou da Arábia Saudita e de sua posição anti-normalização gratuita, dizendo em expressão provocativa:
“Eles nos disseram: não normalização sem Estado palestino? Não, obrigado, continuem montando o camelo no deserto.”
Essas palavras escandalosas revelam o desprezo que têm pelos árabes e a leveza com que tratam uma nação marcada por história.
Reações constrangedoras e desculpas que não apagam a ofensa
As declarações de Smotrich colocaram o governo Netanyahu em situação embaraçosa, tanto nacional quanto internacional. O líder da oposição, Yair Lapid, apressou-se a afirmar:
“Aos nossos amigos na Arábia e no Oriente Médio: Smotrich não nos representa. Os sauditas que ele ridiculariza hoje serão o futuro da economia israelense.”
Mas o estrago estava feito. O ministro extremista pediu desculpas tardiamente, alegando que “o que disse não deve ser visto como uma posição oficial”. Entretanto, o odor nauseante do racismo já impregnara o ambiente. Até mesmo o ex-ministro da Defesa, Benny Gantz, classificou suas declarações como “prova de ignorância e falta de senso de responsabilidade”, afirmando que “Israel merece um governo sem extremistas”.

Visita de Ben Salman a Washington… irá erguer a bandeira da dignidade ou da submissão?
As declarações de Smotrich surgem num momento crítico, pouco antes da esperada visita do príncipe herdeiro saudita Mohammed ben Salman a Washington. Esta visita, promovida como um passo histórico rumo à “paz”, está envolta em dúvidas: a diplomacia saudita irá buscar um acordo que agrade Washington ao custo da dignidade árabe? Ou será uma declaração firme que exigirá respeito e reafirmação da iniciativa árabe?
Uma certeza: as exigências americanas não cessam de aumentar. Washington emprega finanças, armas e diplomacia para impor acordos que favoreçam a entidade israelense e silenciador as nações árabes. A discussão hoje é: os líderes trocarão os povos por promessas vazias?
Líderes que temem seus tronos… mas os povos não ficarão em silêncio
Lamentavelmente, alguns governos árabes preferem a segurança de seus tronos à dignidade. Entre eles: Egito, Jordânia, certas facções do Golfo, Emirados, Bahrein e até o Marrocos, que segue trajetórias de aproximação com o inimigo.
Esses governos receiam instabilidade, enquanto os povos despertam: não aceitaremos humilhação, não toleraremos que se profane a honra de nossa nação.
Palestina… uma ferida que se recusa a cicatrizar
Enquanto o mundo celebra pactos, a Palestina sangra a cada dia. Crianças mortas, mulheres deslocadas, locais sagrados profanados… O mundo contenta-se com declarações, enquanto os árabes são pressionados por interesses globais.
Ainda assim, a Palestina permanece o símbolo da dignidade. O verdadeiro teste para qualquer líder árabe é escolher entre interesses imediatos e honra.
Uma nação de peso global
Nunca esqueçamos que os muçulmanos no mundo são estimados entre 1,9 e 2 bilhões, quase um quarto da população global — uma força humana imensa. Nossa nação, com peso histórico e demográfico, espera um líder capaz de unir, livre das tutelas, decidido a defender a dignidade e firme em não ceder frente a Israel ou seus aliados.

Apelamos aos líderes árabes: ponham a dignidade nacional acima de tudo. Não troquem o sentimento das massas por acordos efêmeros. O povo exige coragem, não desculpas vazias.
Porque basta uma verdade:
Não seremos extorquidos, não seremos comprados, e não normalizaremos com quem insulta nossas terras.
A história falou, os povos gritarão: uma nação que gerou Saladino não se curva perante palavras nem ameaças. Somos filhos da honra, e nunca nos curvaremos diante de Smotrich, Netanyahu ou qualquer um que tente pisotear nossa dignidade.



