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Editor-chefe Dr. Ezzat Al-Jamal escreve: Egito… quando uma nação é hipotecada em favor de um presidente… vendida metro a metro… e um povo que se afunda na fome e nas dívidas

Egito… quando uma nação é hipotecada em favor de um presidente… vendida metro a metro… e um povo que se afunda na fome e nas dívidas**

Num precedente sem igual na história moderna do Egito, apenas os juros da dívida superaram a receita total do Estado.

Em números chocantes:
– Receita do Estado: 644,8 bilhões de libras egípcias
– Juros da dívida: 695,3 bilhões de libras egípcias

Em outras palavras, cada libra que entra no Tesouro egípcio vai diretamente para pagar os juros — sem tocar no principal, nos salários, na saúde, na educação ou nos subsídios.
O Egito hoje trabalha exclusivamente para os credores.

É assim que o Egito se tornou sob Abdel Fattah Al-Sissi:
Nenhuma ajuda do Golfo sentida pelo cidadão,
nenhum impacto dos empréstimos do Banco Mundial,
nenhuma melhoria das subvenções da União Europeia,
mesmo as receitas da venda de terras, praias e bens públicos…

A única realidade que chegou ao bolso do cidadão é pobreza e preços em alta.


A República de Sissi: palácios de ouro… e um povo afogado em dívidas

Enquanto os egípcios se afogam num oceano de dívidas, o presidente inaugura palácios e museus de mármore e ouro, enquanto o Banco Central liquida o que resta da economia.

Num único dia, o governo tomou emprestado 83 bilhões de libras.
O déficit chegou a 1,25 trilhão — um número que não choca mais ninguém na era do Tesouro gerido pelo endividamento em vez da produção.

Um país que já foi o “celeiro do mundo” agora importa trigo a crédito, combustível a crédito e até esperança… a crédito.
Os juros devoram o orçamento como um monstro que consome um corpo doente, enquanto o que chega aos pobres são apenas migalhas.


O novo faraó: projetos ilusórios e uma realidade amarga

Projetos são anunciados todos os dias… mas a realidade mostra o contrário:

– Inflação que atingiu 1500% durante o governo de Sissi.
– O quilo de carne subiu de 40 libras na era de Hosni Mubarak para 300 libras hoje.
– A libra egípcia desmorona frente às moedas estrangeiras.
– O povo vende o ouro de sua esposa, seu carro, sua casa e, às vezes, até a si mesmo para sobreviver.

E ainda assim, o presidente pede aos egípcios que contribuam para a reconstrução de Gaza, enquanto admite que suas ações podem “arruinar o Estado”.
Se o Estado colapsar —como muitos egípcios acreditam— o dinheiro já está pronto no exterior.


Um avião de 500 milhões de dólares… palácios maiores que a Casa Branca

O Egito precisava de um avião de 500 milhões de dólares?
Ou de palácios maiores que Zamalek… ou setenta vezes maiores que a Casa Branca?
Ou de escolas, hospitais, indústrias e agricultura?

A capital administrativa —“que não custou um centavo ao Estado”, segundo o presidente— é um projeto do tamanho de Singapura, enquanto o povo geme sob o peso da dívida.
As novas cidades de Alamein servem de residência de verão para o governo, enquanto a população vive às escuras por falta de energia elétrica.


Uma nação vendida… riquezas saqueadas… povo empobrecido

O Egito, que possui dois mares, um rio, gás, ouro e um povo brilhante… como chegou a esse colapso?
A resposta: políticas sistemáticas que levam à pobreza, dependência e hipoteca dos recursos nacionais.

Hoje, o Egito está em leilão: terras, praias e bens públicos vendidos a qualquer preço.
E o dinheiro? O cidadão nunca vê.
110 milhões de egípcios vivem ou estão próximos da linha da pobreza.
40% sofrem de desnutrição e anemia —oficialmente— num país com todos os recursos para prosperar.


A revolução é iminente? As razões existem… mas…

Revoluções não surgem do nada.
A Revolução de Janeiro explodiu por:

– Repressão política
– Má distribuição de riqueza

E esses fatores hoje são ainda mais profundos do que em 2011.
A repressão atual faz a era de Mubarak parecer “moderada” em comparação.
A má distribuição da riqueza chegou a tal ponto que o povo quase sente saudade dos dias de Mubarak.

A grande pergunta: o povo se levantará novamente?
As causas estão lá… a raiva está lá… o colapso econômico é evidente…
Mas a decisão permanece nas mãos de 110 milhões de egípcios exaustos pela vida diária, sufocados pelo medo e perseguidos pelo aumento dos preços.


Egito… um país que merece viver

O Egito não carece de nada:
nem território, nem recursos, nem povo.
O que falta é um governo que coloque o povo antes dos palácios, a educação antes dos aviões, e a dignidade antes do protocolo.

Enquanto o povo não agir ou o regime não corrigir seus erros… a situação permanecerá:
dívidas crescentes, riquezas vendidas, povo esperando um milagre.


Cenários de mudança política no Egito: perspectivas pós-Sissi

O Egito atravessa hoje uma de suas fases mais críticas política e economicamente.
Com o agravamento da dívida e a crescente insatisfação social, a questão do “pós-Sissi” tornou-se central.

Principais cenários:

1️⃣ Transição natural de poder conforme o tempo e a Constituição
– Cenário mais comum em regimes de controle rígido.
– A chefia do Estado muda por: falecimento do presidente Sissi.

2️⃣ Mudança interna na instituição governante
– Típico em países onde forças militares e de segurança mantêm o regime.
– Ocorre se a instituição considerar que a situação ameaça a estabilidade ou interesses econômicos.

Histórico:
– Golpe militar na era de Nasser contra Mohammed Naguib
– Tentativa contra Hosni Mubarak pelo general Tantawi
– Tentativas contra Mohamed Morsi e outros incidentes recentes com Abdel Fattah Al-Sissi.

3️⃣ Tentativa de assassinato de Sissi dentro da instituição militar
– Comparável ao assassinato de Anwar Sadat após o tratado de Camp David.
– Influência dos Irmãos Muçulmanos ou opositores ainda é monitorada nas Forças Armadas.

4️⃣ Mudança de posições regionais e internacionais
– Grandes potências influenciam fortemente o futuro dos regimes árabes.
– Uma reavaliação de seu papel pode levar a reformas ou nova fase política.

5️⃣ Crise maior abalando sociedade e Estado
– “Choque nacional”: econômico, energético ou político.
– Pode redesenhar totalmente o mapa político.


Egito… à beira da explosão: por que a mudança é inevitável?

Dívida crescente, riquezas vendidas, preços em alta, pobreza se espalhando…
O Egito vive de empréstimos, mergulha no déficit, governa sob leis de emergência, enquanto palácios e cidades luxuosas são construídos.

A questão não é mais: “A mudança acontecerá?”
Mas: “Quando e como essa mudança ocorrerá?”

Pós-Sissi: qual Egito virá?
A mudança não será fácil nem rápida, mas:
– Redistribuição de riqueza
– Estado de direito real
– Revisão de dívidas e contratos
– Reativação da vida política
– Modelo econômico produtivo sem depender de empréstimos

O Egito pode se reerguer. O que cairá é o modelo atual de gestão, não o Estado nem o povo.


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