O editor-chefe Dr. Ezzat El-Gammal escreve: A Guiné-Bissau está em chamas… um golpe dentro do golpe, e a guerra secreta pelas riquezas do narcotráfico abala o país desde as raízes

A Guiné-Bissau não caiu num simples golpe… ela explodiu após anos de corrupção, tráfico de cocaína e infiltração do crime organizado no Estado e no exército.
O que aconteceu não foi uma mudança de poder, mas uma batalha entre centros de influência sombrios esperando o momento certo para atacar.
A grande explosão… Bissau acorda com a prisão do presidente e dos chefes militares
A capital Bissau tremeu na quarta-feira, 26 de novembro, com uma operação militar surpresa que terminou com a prisão do presidente cessante Umaro Sissoco Embaló no seu gabinete no palácio presidencial.

O presidente confirmou à revista Jeune Afrique que não foi maltratado, mas acusou diretamente o chefe do Estado-Maior de estar por trás do golpe.
As prisões não se limitaram ao presidente e também incluíram:
- General Biaguê Na Ntan – Chefe do Estado-Maior
- General Mamadu Turé – Vice-chefe do Estado-Maior
- Botche Candé – Ministro do Interior
A prisão simultânea do presidente e da liderança militar mostra que não se trata de um golpe clássico, mas de uma guerra interna no exército.
Fecho de fronteiras e suspensão das eleições
Os militares anunciaram a suspensão do processo eleitoral e o encerramento das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas.
O país entrou numa paralisia total, e ninguém sabe qual facção controla efetivamente o poder.
Investigação: A droga… a verdade que ninguém quer dizer
A Guiné-Bissau não é apenas um país pobre da África Ocidental…
Há duas décadas é um dos principais corredores de cocaína da América Latina para a Europa.
Este comércio criou:
- Máfias influentes
- Núcleos de corrupção no exército
- Redes que ultrapassam fronteiras
- Confrontos sangrentos entre oficiais
O exército… parceiro na sombra
Relatórios internacionais indicam que alguns oficiais facilitaram ou protegeram carregamentos de droga em troca de milhões de dólares.
O exército tornou-se um ator económico poderoso, controlando riqueza ilícita.
A disputa pelos milhões… a causa do golpe
O tráfico internacional de cocaína alimentou uma competição intensa dentro do exército.
O golpe atual é apenas mais um episódio na redistribuição de poder entre facções rivais.

Embaló… aproximou-se demasiado
O presidente começou a falar em “limpar o Estado da influência dos traficantes”.
Essa frase bastou para acender o pavio.
Por que prender o chefe do Estado-Maior e o seu adjunto?
Porque não é um conflito entre um presidente civil e o exército…
É uma guerra entre oficiais, alguns acusados de proteger o tráfico e outros querendo controlar a “rota da cocaína”.
Análise: Por que agora?
- As eleições ameaçavam interesses ocultos
- O exército estava dividido em facções
- Pressões internacionais para reduzir o tráfico
- O presidente ultrapassou as linhas vermelhas
Quem governa a Guiné-Bissau agora?
Nem o presidente, nem os generais detidos, nem os golpistas.
O poder real está com aqueles que controlam:

- As costas
- As pistas secretas
- As rotas do tráfico
- As forças que as protegem
A posição internacional
A ONU expressou “grande preocupação”.
O Conselho de Segurança discutiu a crise.
A União Africana e a CEDEAO exigiram o retorno à ordem constitucional.
Um país à beira da explosão
O que está a acontecer não é o fim da crise… mas o início.
A Guiné-Bissau entrou numa fase de conflito profundo que pode abalar toda a região.



