O Marrocos está a ferver e a mão que acende o fogo controla o Estado… Quem responsabilizará Abdellatif Hammouchi?

O Marrocos está a ferver e a mão que acende o fogo controla o Estado… Quem responsabilizará Abdellatif Hammouchi?
Repressão, pobreza, mortes em hospitais e meios de comunicação comprados… Enquanto os aparelhos de segurança vendem ilusões ao regime, é o povo quem paga o preço.

O Marrocos em ebulição: quem responsabiliza Hammouchi num país onde grávidas morrem por causa de anestesia tóxica?
Hammouchi, diretor da Polícia Nacional e dos Serviços Secretos Internos, deveria ter prevenido a explosão social, e não contribuir para ela. As manifestações pacíficas multiplicam-se em Rabat, Casablanca, Tânger e Meknès, lideradas por jovens sem esperança no futuro.
As exigências? Trabalho, saúde, educação e dignidade.
A resposta? Apenas repressão: detenções, restrições e violência excessiva.
Ativistas como Farouk Al-Mahdaoui, Amine Qobti e Aziza Ibnouizi foram presos, num silêncio oficial preocupante. O defensor dos direitos humanos Mohamed El-Ghouloussi expressou profunda preocupação: a corrupção continua generalizada e o Estado combate vozes livres em vez de perseguir os ladrões de dinheiro público.

Meios de comunicação oficiais: instrumentos do poder
A imprensa independente em Marrocos não está bem.
Os jornais e canais são financiados pelo Estado e funcionam como porta-vozes do regime, não como um quarto poder independente. Jornalistas verdadeiros são impedidos de trabalhar, perseguidos, ameaçados e até presos.
Tragédia em Agadir: 10 mulheres grávidas morrem por causa de anestesia tóxica
Um símbolo do colapso do sistema de saúde. Nenhum responsável foi punido. A vida humana tornou-se barata.

Economia em crise
- Desemprego urbano: 14,9 %
- Desemprego rural: 4,6 %
- 3 em cada 5 jovens sem emprego
- 60,5 % das famílias vivem abaixo da linha da pobreza ou em situação precária
- Rendimento médio anual per capita: 4550 USD

Educação e Saúde: colapso total
- Escolas públicas degradadas e superlotadas
- Sistema de saúde em ruínas, falta de médicos e equipamentos
- Mortes devido à negligência médica, como em Agadir
Crise no palácio real
Relatórios não oficiais apontam para tensões entre o príncipe herdeiro Moulay Hassan e o seu tio, o príncipe Rachid. A questão impõe-se: o Marrocos continua a ser uma monarquia executiva ou está a transformar-se num verdadeiro Estado policial?

A memória do Rif
No 104º aniversário da República do Rif, regressam simbolicamente os protestos no norte. O Hirak de 2016 não morreu — apenas espera o momento certo para renascer.

Conclusão do artigo
- Não há segurança sem justiça.
- Não há estabilidade sem reformas.
- Nenhum poder dura para sempre quando o povo tem fome e é reprimido.
O Marrocos não é uma quinta e os marroquinos não são escravos.
Se os dirigentes não trouxerem soluções, o povo imporá as suas.



