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De Ancara/Bruxelas… O editor-chefe Dr. Ezzat El-Gamal, especialista em assuntos estratégicos e relações internacionais, escreve: Erdogan… o homem do Mar Negro e o arquiteto do equilíbrio entre Oriente e Ocidente

Entre os fogos da guerra e as ondas do Mar Negro, Ancara redesenha fronteiras de influência de Moscou a Bruxelas.

Com a escalada das manobras nucleares no norte e a distração de Washington em relação à Europa, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan emerge como um ator central no tabuleiro do Mar Negro, onde a diplomacia se mistura com o fogo, e de Ancara se escrevem os capítulos do novo equilíbrio global.

Um amanhecer cinzento sobre o Mar Negro
Numa manhã cinzenta e pesada, submarinos russos se moviam silenciosamente sob as ondas do Mar Negro, enquanto em Ancara os telefones diplomáticos ferviam entre enviados europeus e assessores do presidente Erdogan.
A calma no mar não tranquiliza ninguém… pois além do horizonte, surgem os contornos de uma nova fase do conflito entre Oriente e Ocidente, e a Turquia se posiciona no centro do palco, segurando as chaves do Mar Negro e reorganizando as cartas do jogo.

Mar Negro… de mar de passagem a mar de influência
Pela primeira vez desde a assinatura do Tratado de Montreux em 1936, a Turquia permitiu a passagem de um navio de guerra ucraniano pelo estreito de Bósforo em direção ao Mar Negro.
Uma decisão chocante para Moscou e uma mensagem clara para a Europa de que Ancara é capaz de mover equilíbrios quando quiser.
Enquanto a Rússia realiza manobras nucleares perto da Finlândia e a OTAN treina no norte, o Mar Negro se torna o ponto de maior tensão do mundo, onde linhas de fogo e diplomacia se entrelaçam.

Europa busca “o homem que entende Putin”
Nas capitais europeias, surgiram perguntas hesitantes:
Quem pode falar com Vladimir Putin sem ser inimigo do Ocidente?
A resposta veio rapidamente: Recep Tayyip Erdogan.

A Turquia é o único país da OTAN que mantém canais de comunicação com o Kremlin e conseguiu anteriormente viabilizar o acordo de exportação de grãos ucranianos, demonstrando que possui algo que mais ninguém tem: uma linguagem que Moscou entende e uma confiança que a Europa ainda precisa.

Erdogan… a equação que reúne os opostos
Ninguém sabe equilibrar contradições como Erdogan.
Ele apoia o Hamas em Gaza, mas ao mesmo tempo incentiva a normalização entre Síria e Israel.
Quando o Ocidente o impediu de receber os caças F-35, ele criou o primeiro porta-drones de combate do mundo.
Ele segura as cordas do jogo de Damasco a Kiev, de Moscou a Bruxelas.
Com essa atuação, a Turquia passou de “país de fronteira” a um país eixo, impossível de ignorar em qualquer equação geopolítica.

Visita europeia secreta e mensagens trocadas
Em uma visita descrita como “fora do comum”, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha esteve em Ancara há algumas semanas, pedindo a Erdogan que intermediasse o fim da guerra Rússia-Ucrânia.
A Turquia concordou… mas com suas condições.
Sabe que a Europa está hoje em um impasse estratégico e que Washington está ocupada com questões do Oriente Médio e da Ásia.
Assim, Ancara entrou em posição de força, exigindo concessões em questões como Chipre, energia e adesão à União Europeia.

Ambiguidade da posição turca
Por trás da diplomacia pública, diplomatas em Bruxelas perguntam intrigados:
Ancara age como mediador neutro buscando a paz ou como um engenheiro habilidoso redesenhando mapas de influência do Mar Negro ao Mediterrâneo?
Alguns veem que Erdogan não busca apenas o fim da guerra, mas escrever um novo capítulo do equilíbrio internacional, com o Mar Negro como porta de ascensão turca sem precedentes.

Da Síria ao Mar Negro… jogo das mensagens silenciosas
Moscou ignorou o pedido da Turquia de enviar tropas ao sul da Síria para conter a expansão israelense, e a resposta turca veio silenciosa:
Abrir o Mar Negro para navios ucranianos e permitir que a OTAN se aproximasse do flanco russo pela primeira vez.
É a guerra dos corredores e estreitos, onde a geografia se torna arma e a diplomacia, manobra.
A Turquia diz a Moscou: se não proteger minha influência no sul, o Mar Negro é outra ferramenta de resposta.

Cenário à beira da explosão
Enquanto a Ucrânia realiza ataques com drones em território russo e refinarias na Romênia e Hungria entram em chamas, a Rússia iniciou manobras nucleares no Ártico, a apenas 200 km da Finlândia.
O mundo está à beira de uma escalada que pode se transformar em um confronto nuclear limitado, enquanto todos observam os movimentos de Ancara com preocupação e esperança simultaneamente.

Erdogan… salvador da Europa ou surpresa do século?
Nos bastidores europeus, surge uma nova frase:
“Salvar a Europa desta vez pode passar por Ancara.”
A Turquia possui a localização, a linguagem, os instrumentos e talvez a ousadia que outros perderam.

A grande questão permanece aberta
Erdogan será o mediador que encerra a guerra… ou o jogador que abre uma nova página de conflito?
Enquanto submarinos se movimentam nas profundezas do Mar Negro e luzes se acendem no palácio presidencial em Ancara até as primeiras horas da manhã, ninguém sabe se a Turquia está escrevendo um capítulo de paz… ou o prelúdio de uma guerra sem precedentes.

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